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Peço licença ao poeta
Para beber no bar
Com seus demônios
Porque os meus andam fartos
Da mesma ladainha de dor
Há uma ilusão em volta
E estou sozinho sem dividir
O que me cabe da mágoa
Meu silêncio num
Estamento de solidão
Só envelhece a angústia
Minha voz já foi clara
Hoje é rouca
E trava a pronúncia
Da sílaba mais vulgar
Que pode enobrecer as palavras
Dentro em agonia
Por fora a ausência
Assim venho na vida
Enxergando usuras
Desdobros e tropeços
Caindo da minha própria altura
Ao lado dos cães do mundo
Querendo me cortar a carne
E tirar dela o rebento
Que o desalento não quer parir
Muita saudade dói
Nas metástases que a tua falta
Plantou em mim
E cada vez que a mão da razão
Tocar à chaga
Tentando extirpá-la
Num resto de perdão
O amor vai cuidar de semeá-la
Nos lugares mais escondidos
Do meu coração
MQ
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